Google e Facebook fecham o cerco contra a liberdade

O Grande Irmão

O livro “1984” de George Orwell se passa numa sociedade distópica, onde há um poder central, presente em praticamente todas as casas, ele sabe tudo o que você fala, conhece suas ações e, de alguma forma, até os seus pensamentos. Ele dita ordens e basicamente a sociedade se acostumou com esse estilo de vida sem liberdade.

Nos dias de hoje podemos fazer um paralelo com o governo, no entanto nem o governo é tão onipresente quanto duas gigantes tecnológicas que colocamos em nossas casas de muito bom grado, o Google e o Facebook.

Após vários indícios de que essas empresas escutam nossas conversas para enviar propaganda e, além disso, o Google e o Facebook vem fechando o cerco em diversos aspectos para controlar cada vez mais a massa que dela faz parte.

Há pouco mais de dez anos, a internet era bastante descentralizada, havia o MSN da Microsoft, o orkut, do Google (até então com elevados níveis de liberdade), havia o IRC, havia centenas de fóruns usando várias plataformas como phpBB2, Invision Power Board (IPB), vBulletin e tantas outras tecnologias que descentralizavam a informação.

Essas tecnologias, com o passar do tempo, foram morrendo ou perdendo força em detrimento da centralização que o Google e o Facebook fizeram nesses últimos dez anos, uma com o buscador, o Youtube, o Gmail e todos os outros agregados e o Facebook com sua rede social.

Os bloqueios no Facebook, desde alguns anos, são constantes, principalmente com páginas e perfis que defendam conteúdos que a plataforma, assumidamente progressista, não compartilham. Há um sem número de casos de páginas que foram deletadas sumariamente do ar sem nem mesmo um aviso prévio como aconteceu com o MBL em 2018.

A partir do próximo dia 10 de dezembro, o Youtube pode banir canais que usam o AdBlock para frear o excesso de propagandas da plataforma. A idéia da plataforma é descartar perfis que não são viáveis economicamente pra ela.

De certo modo, havia uma liberdade razoável nessas plataformas quando começaram, mas, a medida em que elas passaram a atingir cada vez mais pessoas ela começaram a fechar o cerco. De certo modo elas podem fazer isso pois são basicamente em monopólio em suas respectivas áreas de atuação.

Por mais que essas plataformas sejam privadas e ninguém seja obrigado a usá-las, tornou-se uma necessidade social fazer parte delas e não há, por enquanto, nenhuma plataforma que ameace a hegemonia conquistada por esses gigantes nos últimos anos. Resta agora se adequar a novilíngua ou ficar fora do ambiente social digital do século XXI.

Eduardo Ribeiro
Morador de Itaquaquecetuba, atuei na área de cursos profissionalizantes de 2009 à 2020. Bacharel em Ciência da Computação e pós-graduado em Direito Público. Fã de tecnologia, educação e política. Fui candidato a vereador em Itaquaquecetuba nas eleições de 2020 pelo DEM.

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